No último feriado, acabamos indo para Mar del Plata, o que foi ótimo pois caía uma chuva torrencial em Buenos e o Sergio fez o favor de não reservar passagens e hospedagem para Colónia (eu sei que já disse isso aqui antes, mas adoro jogar na cara dele!). Aliás, para mim essa viagem do Uruguai já virou lenda e folclore popular, mas tudo bem...
Voltando ao assunto, em condições normais de temperatura e pressão, em pouco mais de três horas de carro você chega no balneário mais popular do verão argentino, mas como tivemos uma parada básica numa parrilla típica de beira de estrada (adoro!) e probleminhas técnicos com a caminhonete levamos uma eternidade e chegamos na cidade já de noite. Fazia um frio de lascar, principalmente por conta da brisa marinha e eu definitivamente não tinha levado roupa apropriada (afinal, marcava 32º C em Baires quando eu cheguei!).
Conhecida pelo singelo pseudônimo de "La feliz", Mar del Plata é um dos principais portos da Argentina e o destino mais procurado entre os argentinos que fogem de Buenos Aires no verão mas não abrem mão de passar as férias num lugar onde está toda a badalação e onde se encontram todas as regalias de uma cidade grande, com direito às principais peças de teatros do país (que saem da capital e se transferem para lá) e partidas do torneio de futebol!
Mas ir lá em baixa temporada é outra história. Primeiro, por conta dos preços, claro, o que explica o fato de que conseguimos nos hospedar num 4 estrelas de frente pro mar (o super fofo
Hotel las Rocas). Exatamente o oposto do que acontece no verão, passeando pela costanera o que se vê é uma praia vazia, mas que não deixa de impressionar pela sua beleza, complementada pelos prédios imponentes das barrancas.
Uma das principais atrações (que eu não fui por razões alheias à minha vontade) é o
Cassino Central que, junto com o Hotel Provincial, faz parte de um dos conjuntos arquitetônicos mais lindos e luxuosos daí. Lá perto, na
Plaza del Milenio, você pode tirar a foto do
lobo marinho gigante que, por sinal, é o símbolo da cidade. Também tem um
calçadão onde está concentrada a maioria dos negócios de roupa de linha (
tejido de punto), valendo lembrar que a cidade é conhecida por ser o principal pólo comercial desse tipo de roupa. Lá também tem um
farol bonitinho (bem menor que o farol da barra), uns portos com pedras artificiais pra deixar a praia calminha e uma
torre de pedra linda que é um tanque de água (acredite se quiser). Outra atração é o
show dos lobos marinhos, que eu perdi mas fiquei sem querer ir pois alguém me contou que eles são mal tratados e eu acreditei (será?) . Whatever... Andando nos arredores do Cassino há o hotel mais chiquérrimo de lá (que agora esqueci o nome) e que tem algo pitoresco:
uma calçada da fama, com as marcas das mãos de vários famosos argentinos e internacionais, dentre os quais a rainha Xuxa, a tenista Gabriela Sabatini, as atrizes Jacqueline Bisset, Geraldine Chaplin, além da marca da mão
e do pé (!) do Ricardo Darín. Aproveitamos para ir no Karting de lá, que curiosamente se chama Interlagos, onde o Sergio, possuído pelo espírito de
Fangio, quase sai voando, correndo que nem um louco psicótico. Por último e não menos importante, está a
fábrica Havanna, onde você pode aproveitar as promoções e iniciar o tráfico ilegal de alfajores para o Brasil.
Curiosidades: Mar del Plata também é conhecida por ser uma das cidades onde mais se pratica esportes, tendo sediado os jogos panamericanos de 95. Curiosamente, os times de futebol de lá não tem muita expressão, sendo que o principal é o Aldosivi, que está na B Nacional.
As barraquinhas de praia são super organizadas e com infra-estrutura, sendo alugadas às famílias por vários dias ou semanas e, óbvio, custam uma pequena fortuna.
Apesar dos muitos hotéis luxuosos e dos preços astronômicos que podem alcançar um verão aí, este balneário tem uma opção hoteleira muito vasta e variada, o que garante que seja um destino bem democrático e não tão elitizado como as vizinhas Pinamar e Cariló.