quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Paulicéia desvairada






Eu tenho que confessar, meio à contragosto, que adorei São Paulo! Inventei essa viagem menos para conhecer do que para tirar da cara do povo aquela expressão mix de surpresa e "fala sério" quando eu dizia que, no alto dos meus quase 28 anos, não, eu não conheço São Paulo. Agora, essa história acabou e eu conheço muito São Paulo, minha gente! Pra vocês terem uma idéia, andei de táxi, de metrô, de trem e, claro, à pé, enfim, me senti uma paulistana tomando 2 trens e 2 metrôs para sair do morumbi e encontrar minha amiga na liberdade onde devoramos uma singela bacia de lamen!
As aventuras paulistas não param por aí: fui num bar na vila madalena (São Bento) e bailei salsa no Rey Castro, visitei o museu de língua portuguesa (que superou todas as minhas expectativas), na pinacoteca (na exposição do Matisse, oh la la!), depois corri em direção ao mercado municipal, onde nos esperavam deliciosos pastéis de bacalhau e um sanduíche de mortadela, que dá para uma família se alimentar, não sem desviar de todos 345 camelôs na 25 de março! Meus amigos, incansáveis, me levaram para o instituto cultural banco do brasil, onde havia uma exposição de artistas russos (ai kandinsky!) e aproveitamos nossa posição geográfica privilegiada para tomar um café no lindo pátio do colégio, onde o padre Anchieta viveu ou morreu, ou ambos! Como se não bastasse, todos queriam ir na feira benedito calixto, que não me pareceu tão boa quanto a lenda contava (levando-se em conta que sou hetero!). No mais, comi milhões de comidinhas na feirinha da liberdade, passeei no parque do ibirapuera e visitei quase todas as galerias da avenida Paulista. Por fim, marquei presença num daqueles butecos da Augusta e jantei (enfim!) no Mestiços (delícia e, pasmem, não é caro!).

Coisas que me impressionaram: como todos (as) _________ (edifícios, academias, shoppings, engarrafamentos, estações de metrô, pastéis de bacalhau, sanduíches de mortadela, preencha aqui com seu substantivo preferido) são enormes!!! não tem fila no banheiro feminino e só tem homem nessa cidade (considerem o fato de que vivo em MG)! Os taxistas são muito simpáticos e adoram as mineiras. O novo filme do Almodóvar já estava à venda no camelô. As pessoas perdem grande parte da vida no trânsito. Não tem wi-fi grátis em porra de lugar nenhum. Não, você não consegue comer comida do Camboja 3 horas da manhã, isso é mito. Nunca há um buteco com mesa livre num dia de calor. A temperatura sobe/cai 15ºC tranquilamente de um dia pro outro (ou num mesmo dia). A vida é dura para quem não mora perto do metrô. Tem uma feirinha em cada esquina. Quando você é mais ou menos bonita as pessoas perguntam se você é de minas ou de goiás.
Fica pra próxima: cantina com toalha xadrez no bexiga; masp; museu do ipiranga; café da manhã na galeria dos pães; ir no skye (no hotel unique), nem que seja pra tomar uma coca zero; passear na oscar freire e na galeria ouro fino em dia de semana; tomar um café no starbucks (sim, porque eu sou da roça genteim); tirar uma foto na esquina da Ipiranga com a Avenida São João (porque eu sou caetanete); pegar algum teatro; bater perna no shopping jardins; ir com a mala vazia e comprar roupas e sapatos!
Enfim, como diria o Oswald: Não permita Deus que eu morra, sem que eu volte pra São Paulo...

domingo, 4 de outubro de 2009

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

La negra

Cantando al sol,
como la cigarra,
después de un año
bajo la tierra,
igual que sobreviviente
que vuelve de la guerra

O meu amigo dudu, que sempre me faz perguntas relevantes e inquietantes, outro dia me questionou o seguinte: quem é o caetano argentino?
Eu, depois de muito refletir a respeito, cheguei à conclusão de que o Caetano argentino era.... a Mercedes Sosa! A Mercedes Sosa é genial, lutou contra a ditadura, tem uma voz sem igual, sua música é universal, popular e ao mesmo tempo sofisticada, evoca às raízes e é sem fronteiras, ela é mais do que uma cantora ela é uma entidade! Pronto, tá aí o Caetano argentino, haha!
A notícia de que "La negra" está em estado grave e crítico me entristece horrores! Fui no show dela que teve aqui em BH no ano passado, ela estava com um poncho vermelho salteño, sua voz continuava linda, mesmo falhando às vezes (ela justificou falando que estava gripada), cantou clássicos como gracias a la vida e volver a los 17, além de músicas mais recentes como as do Fito Paez e do Charly Garcia, voltei pra casa feliz e mal podia acreditar no que tinha acontecido!
O mais engraçado é que eu passei muito tempo da minha vida tendo certeza absoluta que a Mercedes Sosa era chilena (acho que eu a confundia com a Violeta Parra) e mais: um amigo da faculdade inventou que ela tinha morrido de overdose (??) e eu acreditei! Haha E eu só fui descobrir que era mentira quando vi nas lojas que ela tava lançando seu novo CD! Ai ai que saudade dos bons e velhos tempos em que não havia google e wikipedia!
Enfim, espero que ela se recupere e que volte a cantar como aquela cigarra da música...