Resolvemos passar um fim de semana no Tigre, num belo sábado de sol. Eu tinha feito uma ampla pesquisa na internet buscando "cabañas" agradáveis e com preços acessíveis, o que se converteu numa tarefa muito difícil, já que era verão e todos os fins de semana são muito procurados! Mas enfim, acabamos conseguindo umas cabanas bonitinhas num complexo chamado Solares de la Bahia que, apesar de não ter piscina, tinha cabanas super novas, confortáveis e bem equipadas.
Arrumamos nossas mochilas, levamos alguns jogos, livros, cds, dvds, coisas para lanchar, a cesta com o mate (um verdadeiro exagero, já que íamos passar só dois dias!) e deixamos o carro num estacionamento que ficava num daqueles casarões velhos na beirada do rio, perto da saída dos catamarãs. Eu que pensava que estávamos no maior estilo "farofeiro", ao chegar na fila dos barcos me dei conta de que eramos os mais sintéticos, o pessoal praticamente levava consigo a casa inteira: bola de futebol, de volei, raquete, além de milhares de sacolas com todas as compras do supermercado!
A viagem foi tranquila e o nosso táxi aquático nos deixou no Solares de La Bahia, que fica no Rio Sarmiento, em pouco mais de uma hora. Ao chegar, conferimos o que havia na quitanda e corremos para as cadeiras de praia (reposeras) para aproveitar o sol. Apesar de no trajeto ter visto muita gente tomando banho na maior vibe, vai por mim: Não dá pra tomar banho no rio! A maior diversão então é aproveitar sua respectiva cabana, cozinhar, jogar, descansar, namorar, enfim, qualquer coisa menos tomar banho no tal do rio paraná!
À noite, caso você decida jantar num dos restaurantes que fica próximo do seu hotel (experiência antropológica muito recomendável) basta combinar para que o barco-táxi leve você e marcar a hora para que ele te busque! O restaurante que fomos era legal, comemos peixe e tomamos cerveja. Detalhe interessante é que foi o único lugar na Argentina onde a cerveja vinha no isopor (daqueles das antigas, como você pode ver pela foto!) para conservar a temperatura (eles não têm costume de usar a chamada"camisinha de garrafa").
Enfim, saímos do restaurante justo quando as primeiras gotas de chuva começavam a cair e, por sorte, desembarcamos sãos e salvos ao Solares de la Bahia antes da sudestada mostrar toda sua força (sudestada é um vento tão forte que chega a mudar a direção dos rios). Não vou mentir que foi um pouco assustador: passei a noite toda escutando o barulho do vento que parecia que a qualquer momento ia arrancar a cabana pelos ares! No dia seguinte, fomos embora, não sem ficarmos impressionados com o incrível aumento do nível da água que, por sinal, tinha invadido as primeiras cabanas (como a nossa era das últimas não ficou alagada ao redor)!
Bom, essa é a história de como sobrevivi a uma sudestada... Exceto por esse leve sobressalto, a viagem pro Tigre foi ótima, mas da próxima vez prometo que vou conferir o prognóstico do tempo!
Repare no nível da água no terminal fluvial das duas fotos, a primeira foi tirada no sábado e a segunda no domingo, depois da sudestada.
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