domingo, 30 de agosto de 2009

Mafalda forever



Nos remotos anos de 2007, enquanto passeava serelepe pelas ruas de San Telmo com meu guia na mão tentando descobrir os pontos turísticos e lugares mais interessantes do bairro, descubro por meio de uma minúscula nota lateral que a Mafalda vivia aí.
Empolgadíssima, corri para o endereço indicado, achando que ia encontrar ao menos uma placa no chão - igual a que havia em frente ao edifício do Luca Podrán, no Abasto -, mas chegando ao edifício, para minha decepção e ingrata surpresa não havia nada, nem uma estátua, uma plaquinha ou um mísero desenho, nadica de na-da! Fiquei rodeando a quadra umas duas vezes tentando criar coragem para tirar foto do edifício, mas fui atingida por uma baita de uma vergonha, reforçada pela presença de dois senhores que estavam super entretidos no maior bate-papo e parecia que não iam sair da frente do prédio tão cedo... Acabei indo embora sem minha foto, mas guardo na lembrança a emoção de ter passado em frente à casa dessa menininha esperta (precoce?), rebelde (comunista?) e, sobretudo, divertida, que eu adoro!

Mas eis que hoje me deparo com essa ótima notícia*: se você estiver por San Telmo não vai mais precisar ficar caçando um edifício misterioso ou ficar oprimido em tirar uma mísera foto: seus problemas acabaram!!!
Foi inaugurada uma estátua da dita cuja na esquina entre as ruas Defensa e Chile e em frente ao prédio encontra-se uma placa com um desenho da argentininha mais simpática do planeta com a frase "aquí vivió mafalda". Fiquei muito feliz em saber que essa personagem tão querida em todo o mundo recebeu essa homenagem mais que merecida! Na próxima vez que passar por lá vou tirar minha foto no mais novo e imperdível ponto turístico de Buenos Aires, ah se vou!
*Essa notícia já me havia sido antecipada pelo querido amigo Augusto, sempre antenado nas notícias argentinísticas!

sábado, 29 de agosto de 2009

Eu sobrevivi a uma sudestada

Resolvemos passar um fim de semana no Tigre, num belo sábado de sol. Eu tinha feito uma ampla pesquisa na internet buscando "cabañas" agradáveis e com preços acessíveis, o que se converteu numa tarefa muito difícil, já que era verão e todos os fins de semana são muito procurados! Mas enfim, acabamos conseguindo umas cabanas bonitinhas num complexo chamado Solares de la Bahia que, apesar de não ter piscina, tinha cabanas super novas, confortáveis e bem equipadas.
Arrumamos nossas mochilas, levamos alguns jogos, livros, cds, dvds, coisas para lanchar, a cesta com o mate (um verdadeiro exagero, já que íamos passar só dois dias!) e deixamos o carro num estacionamento que ficava num daqueles casarões velhos na beirada do rio, perto da saída dos catamarãs. Eu que pensava que estávamos no maior estilo "farofeiro", ao chegar na fila dos barcos me dei conta de que eramos os mais sintéticos, o pessoal praticamente levava consigo a casa inteira: bola de futebol, de volei, raquete, além de milhares de sacolas com todas as compras do supermercado!
A viagem foi tranquila e o nosso táxi aquático nos deixou no Solares de La Bahia, que fica no Rio Sarmiento, em pouco mais de uma hora. Ao chegar, conferimos o que havia na quitanda e corremos para as cadeiras de praia (reposeras) para aproveitar o sol. Apesar de no trajeto ter visto muita gente tomando banho na maior vibe, vai por mim: Não dá pra tomar banho no rio! A maior diversão então é aproveitar sua respectiva cabana, cozinhar, jogar, descansar, namorar, enfim, qualquer coisa menos tomar banho no tal do rio paraná!
À noite, caso você decida jantar num dos restaurantes que fica próximo do seu hotel (experiência antropológica muito recomendável) basta combinar para que o barco-táxi leve você e marcar a hora para que ele te busque! O restaurante que fomos era legal, comemos peixe e tomamos cerveja. Detalhe interessante é que foi o único lugar na Argentina onde a cerveja vinha no isopor (daqueles das antigas, como você pode ver pela foto!) para conservar a temperatura (eles não têm costume de usar a chamada"camisinha de garrafa").
Enfim, saímos do restaurante justo quando as primeiras gotas de chuva começavam a cair e, por sorte, desembarcamos sãos e salvos ao Solares de la Bahia antes da sudestada mostrar toda sua força (sudestada é um vento tão forte que chega a mudar a direção dos rios). Não vou mentir que foi um pouco assustador: passei a noite toda escutando o barulho do vento que parecia que a qualquer momento ia arrancar a cabana pelos ares! No dia seguinte, fomos embora, não sem ficarmos impressionados com o incrível aumento do nível da água que, por sinal, tinha invadido as primeiras cabanas (como a nossa era das últimas não ficou alagada ao redor)!
Bom, essa é a história de como sobrevivi a uma sudestada... Exceto por esse leve sobressalto, a viagem pro Tigre foi ótima, mas da próxima vez prometo que vou conferir o prognóstico do tempo!
Repare no nível da água no terminal fluvial das duas fotos, a primeira foi tirada no sábado e a segunda no domingo, depois da sudestada.

sábado, 8 de agosto de 2009

Não se reprima!


Les Luthiers é um grupo de humoristas argentinos que além de tudo são músicos (ou seria um grupo de músicos que fazem piada?). Enfim, o fato é que o grupo existe desde os 60's e continua fazendo o maior sucesso desde então, não só na Argentina mas também nos países hispanohablantes. E não é pra menos, eles são hilários e talentosos, compondo músicas que fazem rir (ou piadas que são ótimas canções?) e, pra completar, ainda constroem seus próprios instrumentos, mais do que originais, diga-se de passagem (daí a origem francesa do nome, que quer dizer: criador de instrumentos musicais).
Caso algum show deles esteja em cartaz quando você estiver em Buenos Aires, tal qual um menudo, não se reprima: estando no espanhol nível intermediário ou avancée, aproveite para ir ao espetáculo treinar seu espanhol e de quebra dar umas boas risadas (com certeza, apesar dos porteñismos, você vai poder entender a maioria das piadas).
O espetáculo mais recente do grupo chama-se Lutherapia, que estreou em 2008 e, por uma conspiração astral ou golpe do destino que eu costumo chamar simplesmente de sorte da porra, entrou em cartaz esse ano outra vez no Teatro Gran Rex, justo quando eu estava na Argentina!
Achei o espetáculo muito bom e ri bastante, principalmente quando eles tocaram a cumbia epistemológica, demonstraram todo seu talento musical na hora do tarareo conceptual e quando tocaram um blues com um instrumento musical feito de bolas de basquete (singelamente chamado "bolarmonio") . Vale destacar, ainda, as partes do show que se passam no divã e aquelas dedicadas ao personagem antológico criado pelo grupo e que é recorrente em todas as apresentações: Johann Sebastian Mastropiero (que você já ri só de escutar o nome!).
Mas atenção, uma coisa é certa, o público vai um tanto predisposto a dar risada (tipo, ri de tudo) - o que dá uma certa impaciência - mas o que me deixou mais revoltada foi o Sergio, que dormiu em mais da metade do show e depois ainda saiu falando mal, que as piadas eram bobas e previsíveis, como é que ele pode dizer isso se ele só viu uns 30% do show??
Enfim, embora o Sergio discorde, vai por mim, eles são geniais e vale muito à pena!!

domingo, 2 de agosto de 2009

Dadá

Sem dúvidas, o bistrô dadá é um lugar com mucha buena onda!
Aí você com certeza vai passar momentos agradáveis, escutando uma boa música (que quase sempre é jazz), desfrutando de uma comida deliciosa, num ambiente pequenininho mas extremamente aconchegante! A cozinha é internacional e os pratos são bem apresentados, além de muito gostosos! Eu comi uns sorrentinos - uma massa que é bem típica na Argentina - fritos (!) e o Sergio pediu os infalíveis ravioles, que estavam muito bons. Atenção: não deixe de provar aqueles paezinhos que são servidos como entrada: são simplesmente per-fei-tos!!
Logo de cara dá para notar que o público é formado em sua maioria por jovens e estrangeiros (o que também se percebe vendo as fotos dos frequentadores que enfeitam as paredes do bistrô), e isso é plenamente justificável uma vez que o restaurante fica rodeado de milhares de hotéis! Mas também havia nativos, principalmente gente que trabalha na zona de Retiro e aproveita para ir almoçar com os colegas de serviço lá. O lugar também é uma ótima pedida para quem quer tomar um café ou uns tragos no happy hour.
Dadá, San Martín, 941, Retiro.

sábado, 1 de agosto de 2009

Mistérios da comunicação

Uma dia estávamos passeando por Palomar quando o Sergio comentou algo acerca de um carro estacionado na rua que estava à venda. Olhei pro carro mas não tinha nenhuma placa de "vende-se" nele!! Mais do que intrigada, perguntei: "como é que você sabe que o carro está à venda?" Com cara de surpresa ele esclareceu o mistério: "claro, porque tem uma garrafa em cima dele!"
Ah, era tão óbvio...
Definitivamente, as pessoas têm umas maneiras criativas de transmitir idéias...